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A Idade Média e a nova história política

Os estudos sobre as sociedades medievais constituem, já há algumas décadas, uma paisagem em mutação. Eles são o cenário da emergência de novas perspectivas sobre o poder, o parentesco, a paz e a solução de conflitos, mas também sobre as trocas, as relações com os bens, as articulações entre o simbólico e as práticas sociais, etc. As novas perspectivas sobre as sociedades da Alta Idade Média foram construídas a partir de um volume de fontes que permaneceu praticamente o mesmo desde o final do século XIX. Todas essas mudanças não significaram o ocaso da História Política, ao contrário, reforçaram a crença de que o Poder é um fenômeno privilegiado para a compreensão da dinâmica social. Paradoxalmente, esse novo cenário só se tornou possível graças à crise da História, dos paradigmas e dos objetos de estudo tradicionais do historiador. Aliás, seria mais apropriado falarmos em uma crise da “História Científica” e de seus instrumentos teóricos e metodológicos, consagrados em boa parte à genealogia do Estado Nacional. O objetivo deste artigo é discutir os novos enfoques dos historiadores a respeito da história política das sociedades da Alta Idade Média.

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CÂNDIDO DA SILVA, Marcelo. A Idade Média e a nova história política. Revista Signum, v. 14, n. 1, p. 92-102, 2013.