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A construção de uma comunidade sensível: corpo, afeto e emoção nos escritos de Guigo I (Grande Cartuxa, 1109-1136)

Em 1084, quando Bruno de Colônia buscava, juntamente com seus companheiros, um lugar ermo adequado a seus anseios espirituais de abandono do mundo, encontrou nas montanhas da Grande Cartuxa um local perfeito para viver o abandono material que tanto ansiava. Ao longo dos anos, o deserto cartuxo foi construído por meio do controle dos corpos, de seus movimentos e de sua circulação pelos espaços. No início do século seguinte, Guigo I (1083?-1136), quinto prior da casa, ampliou o controle sobre os corpos por meio das sensibilidades, como no caso do controle dos sons falados. Partindo dessas constatações, o presente artigo pretende explorar a documentação escrita por Guigo I à luz da atual historiografia que trata dos corpos. Ao final de nossa reflexão perceberemos como as sensibilidades participaram de modo capital da organização social dessa comunidade e, a partir daí, se projetaram para toda a Ecclesia.

Citação completa

CASTANHO, Gabriel. A construção de uma comunidade sensível: corpo, afeto e emoção nos escritos de Guigo I (Grande Cartuxa, 1109-1136). Pasado Abierto, Mar del Plata, n. 9, p. 34-59, jan./jun. 2019.