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A construção da identidade monárquica portuguesa: dinâmicas de apoio e resistência

No reino português encontramos um sentido de transformações apontadas para um crescente afã de ordenação, fórmulas e procedimentos. Multiplicam-se as ordenações, procedimentos que tentam limitar uma natural diversidade própria de identidades de grupos, locais, consuetudinárias que deveriam espelhar-se nos modelos centrais e oficiais, no entanto, observa-se por parte da sociedade política como um todo forte resistência a estas medidas oficializantes. As relações régio-nobiliárquicas nos séculos XIV e XV dão-nos conta desta dialética de apoios e resistências à formatação de uma identidade portuguesa especialmente na dinastia avisina. Identificam-se nesta construção instrumentos ideológicos como o conceito de tradição na acepção medieval e o aproveitamento do fenômeno de regeneração nobiliárquica, atualizador e ao mesmo tempo plasmador de modelos de nobreza variantes. Um estudo que demonstra assim, importantes transformações ocorridas durante a medievalidade portuguesa seguindo tendências experimentadas em toda a Península Ibérica como no restante da Cristandade latina propondo-se uma abordagem que privilegia o estudo dos processos de construção ideológica monárquica mais que o reconhecimento dos modelos daí resultantes.

Citação completa

FERNANDES, Fátima Regina. A construção da identidade monárquica portuguesa: dinâmicas de apoio e resistência. Revista Signum, v. 12, n. 2, p. 40-53, 2013.